Bom, como algumas pessoas pediram, vou publicar o texto completo em um único post, sem as fotos.
Suécia:
minhas experiências no intercâmbio
“Eu
sempre darei graças a Deus, o Senhor; o seu louvor estará nos meus lábios o dia
inteiro. Eu o louvarei por causa das coisas que ele tem feito; os que são
perseguidos ouvirão isso e se alegrarão. Anunciem comigo a sua grandeza;
louvemos juntos o Senhor.” (Salmos 34.1-3)
Foi
pela bondade de Deus que eu (Thaís Suelen Israel Ferreira) e os outros 13
participantes estivemos na Suécia no programa de intercâmbio promovido pela
Igreja Luterana da Suécia (Svenska Kyrkan) em parceria com a IECLB, Igreja
Independente das Filipinas, Igreja Luterana da Costa Rica e Igreja Luterana da
Tanzânia, nos meses de março a maio deste ano. Foram enviados quatro jovens do
Brasil, quatro da Tanzânia, quatro das Filipinas e dois da Costa Rica. Este foi
o quarto ano que a IECLB participou do programa Jovens na Igreja Mundial (em
sueco, Ung i den världsvida kyrkan)
Na
meditação da noite do meu grupo, na última semana na Suécia, fizemos a leitura
de Salmos 34. 1-14. Esta passagem é muito interessante e foi muito oportuna
naquele momento. Pois, fala sobre a bondade de Deus e nós estávamos nos
preparando para retornar aos nossos países de origem (Brasil, Filipinas, Costa
Rica e Tanzânia).
“Louvar
juntos” foi algo que nós fizemos muito na Suécia, compartilhar como louvamos em
nossos países e aprender o jeito sueco de louvar o Senhor. E, posso dizer que,
por vezes, louvamos de maneiras diferentes, mas como o intuito é o mesmo, por
mais que você não compreenda uma palavra dita, você pode sentir o louvor.
Algumas vezes, vale mais a pena ensinar ou aprender um hino curtíssimo que você
e as outras pessoas consigam cantá-lo e senti-lo do que um hino com 10 estrofes
que poucos cantem.
“Procure
descobrir, por você mesmo, como o Senhor Deus é bom. Feliz aquele que encontra
segurança nele!” (Salmos 34.8)
Um
dos objetivos do intercâmbio era contribuir no interesse e no compromisso para
trabalhar pela igreja de Jesus Cristo. Tenho a certeza que alcançamos isso,
pois tive muitas provas de que a bondade de Deus está presente em todos os
lugares e de diferentes formas. A Palavra de Deus nos dá força quando
encontramos desafios!
O
tempo na Suécia do foi dividido em cinco partes, sendo três encontros em
Sigtuna e as duas paróquias em que cada participante ficou. Bom, a primeira
semana na Suécia passamos na Escola de Cultura de Sigtuna, na cidade de
Sigtuna, durante este tempo estavam todos os participantes reunidos. Nós nos
conhecemos, mostramos um pouco sobre as igrejas em nossos países e sobre as
nossas culturas.
Aprendemos
sobre a organização e a história da Igreja da Suécia; sobre a sociedade e a
língua sueca também tivemos aulas. E, conversamos sobre como mostrar os nossos
países e igrejas nas nossas paróquias na Suécia. Preparamos-nos para ir para a
primeira paróquia, geralmente em duplas.
Minha dupla era eu e Tatiani Muller, de Pelotas/RS. Guilherme Reis, de
Teófilo Otoni/MG e Eduardo Borchardt, de Vitória/ES também participaram do
programa este ano.
Minha
primeira paróquia foi a de Nederluleå, na cidade de Luleå, no norte da Suécia,
perto da Finlândia. Fui de trem para Luleå. A maior e mais antiga igreja desta
paróquia é chamada de Gammelstad. Lá eu tive duas famílias que me receberam de
braços abertos! Havia muita neve! Foi um tempo muito bom lá, eu participei de
várias atividades da comunidade, como acampamento de jovens, ensaios dos
corais, cultos, grupo de apoio a PNE, apresentações de corais, trabalho com
confirmandos, reunião do grupo de jovens, reunião da diretoria da comunidade. Fui
a um funeral também. Algumas vezes participei nos cultos fazendo a bênção em
português.
Nós
fizemos apresentações sobre o Brasil, IECLB e nossas comunidades (Boa Vista e
Pelotas) para a comunidade e para as nossas famílias. Eu estava no Sínodo de Luleå,
tivemos um encontro com o Pastor Sinodal. Tivemos curtas viagens para Kiruna,
Jokkmokk, Haparanda, Övertorneå e para a Finlândia.
Participamos
da Semana Santa na comunidade. Na Páscoa, os cultos são parecidos com os cultos
aqui no Brasil; mas, geralmente, não há o culto lava-pés e no culto de Ramos
não há ramos enfeitando as igrejas. Apesar de não compreender sueco, ainda
assim o culto do Domingo de Páscoa foi emocionante.
A
convivência com as famílias foi muito boa, eles me contavam sobre a Suécia e eu
contava sobre o Brasil. Mostraram-me lugares interessantes em sua cidade e os
esportes de neve. Visitei museus, escolas, a universidade, um posto de saúde, praças
e outras igrejas na cidade. Também fui a um festival de música na Casa de
Cultura de Luleå.
O
tempo passou voando... Quando me dei conta já estava na estação de trem em
Luleå me despedindo de todos. Era tempo de retornar à Sigtuna para reencontrar
os outros participantes, compartilhar com eles a minha experiência no norte e
saber como foi a deles nas outras comunidades espalhadas por todo o país.
O
segundo encontro em Sigtuna foi muito bom! Além de conversar sobre o que
fizemos nas comunidades e o que aprendemos sobre a Igreja da Suécia e a
sociedade sueca, também realizamos outras atividades. Nós cozinhamos juntos,
pois cada grupo fez uma comida típica do seu país (nós brasileiros fizemos uma
Galinhada), dançamos e ensinamos algumas danças atuais de nossos países,
tivemos tardes de jogos e brincadeiras e um churrasco sueco (salsichas e pão).
E, nos preparamos para a segunda comunidade.
A
minha segunda paróquia foi a de Vikingstad, no município de Linköping, no sul
do país. A paróquia fica em uma região agrária, mas em 20 minutos de carro, era
possível chegar ao centro da cidade de Linköping. Eu tive quatro famílias, os
quais também me receberam de braços abertos! A minha estada na paróquia também
foi muito boa, eu participei de diversas atividades nela e no Sínodo.
Na
paróquia eu participei dos cultos, atividades com crianças (no prédio da
comunidade e na floresta), ajudei nos cultos (leituras bíblicas e a bênção em
português), grupo de mães como bebês e crianças pequenas, ensaio de corais, cultos
em casas de repouso para idosos, apresentações de corais, grupo de
confirmandos, grupo de jovens e reuniões da diretoria da paróquia. Também
estive em dois batizados e um casamento na comunidade. Assim como na primeira
paróquia, em Vikingstad também foram feitas apresentações para a comunidade,
grupo de jovens, grupo de confirmandos e em uma escola. Tivemos curtas viagens
para Motala, Vadstena, Vislanda/Alvesta e Estocolmo.
Todos
foram muito simpáticos e agradáveis comigo. Eu conheci diversos locais
interessantes na cidade e na região, como museus, o teatro da cidade, castelos,
um hospital, um posto de saúde, a universidade, escolas, fazendas, praças e
florestas. Fui a uma exposição com o título “Deus tem 99 nomes” (sobre
religiões), a um espetáculo de patinação no gelo e a uma feira medieval em um
castelo. Os passeios de bicicleta que realizei com as famílias são
inesquecíveis.
No
Sínodo de Linköping, eu participei da reunião anual da Juventude do Sínodo, de
um encontro com os lideres jovens representantes de várias paróquias e
encontros de grupos de jovens em outras paróquias. Houve também um culto na
Catedral de Linköping (a segunda maior da Suécia) e um almoço com o Pastor
Sinodal.
O
tempo passou igualmente rápido... Logo eu já estava de volta à Sigtuna. Foi
muito bom reencontrar os outros participantes e compartilhar as experiências na
segunda comunidade. Porém, todos tinham aquele sentimento de “nossa, é a última
vez que estamos aqui em Sigtuna, logo iremos voltar para nossos países...”.
Conversamos muito sobre o intercâmbio, sobre o que aprendemos e o que poderemos
mostrar para as nossas comunidades em nossos países.
Também
preparamos a nossa apresentação para a Secretaria Geral da Igreja da Suécia, a
qual fica em Uppsala. Essa apresentação foi uma pequena peça de teatro, nela
mostrávamos como eram os cultos na Suécia (os quais presenciamos) e os cultos
em nossos países (fizemos a representação de um culto unindo partes dos cultos
no Brasil, Tanzânia, Costa Rica e Filipinas).
A
última semana na Suécia foi muito intensa e repleta de sentimentos
contraditórios, por um lado estávamos felizes em voltar para nossos países e
começar a mostrar o que aprendemos na Suécia. Entretanto, por outro lado
estávamos tristes por estarmos nos separando e deixando a Suécia e a Igreja da
Suécia, os quais nos receberam tão bem.
Bem,
algum de nós já havia visitado Estocolmo (a capital da Suécia) e outros
estiveram em paróquias perto da cidade. Ainda assim, nós tivemos uma ótima
viagem com todo o grupo para Estocolmo, subimos no alto da torre da Catedral de
Estocolmo, uma vista realmente linda! Nós fomos para Uppsala também, realizamos
a nossa apresentação na Secretaria Geral e visitamos novamente a Catedral de
Uppsala (a maior da Suécia).
Nós
tivemos um projeto durante o tempo na Suécia. Foi sobre os Direitos Humanos e
cada participante escolheu um direito específico para estudar e observar nas
suas famílias anfitriãs, comunidades ou na sociedade. O meu projeto foi sobre o
Direito das pessoas portadoras de necessidades especiais serem respeitadas e
não serem discriminadas. E eu observei na sociedade sueca.
Igreja
não é algo estático, não é algo parado em um lugar apenas. A Igreja é feita
pelas pessoas que participam dela, que se congregam, que oram, que ouvem a
Palavra de Deus e O louvam. O Tema do Ano
da IECLB este ano é Comunidade jovem – Igreja viva; e o Lema bíblico diz que
“Antes que eu te formasse no ventre, te conheci” (Jeremias 1.5a).
Eu acredito que este programa que eu participei mostra
muito bem que os jovens podem fazer a diferença em suas comunidades e em seus
países, que eles podem mostra e compartilhar suas experiências da vida
comunitária, apesar de sua pouca idade. Afinal, como está escrito em 1º Timóteo
4.12: “Não deixe que ninguém o despreze por você ser jovem. Mas, para os que
crêem, seja um exemplo na maneira de falar, na maneira de agir, no amor, na fé
e na pureza”.
Thaís
Suelen Israel Ferreira
Comunidade
Evangélica de Confissão Luterana em Boa Vista/RR